terça-feira, 10 de maio de 2011

serra umidas


 As serras úmidas do Nordeste brasileiro, localmente denominadas de ‘brejos de altitude’, formam ilhas de umidade e de florestas perenes (mata úmida) que contrastam com as condições ecológicas das baixas superfícies aplainadas adjacentes, caracterizadas pela ocorrência de secas prolongadas (sertão). Apesar da importância das serras úmidas, tanto do ponto de vista ecológico quanto cultural e sócio-econômico, a rica diversidade de seus ambientes continua pouco conhecida, sobretudo porque o Nordeste é frequentemente reduzido à sua porção semi-árida (‘polígono das secas’), a mais extensa mais também a menos movimentada. O presente estudo mostra a importância de uma abordagem morfopedológica, na perspectiva do conhecimento e gestão desse meio ambiente. Aplicada ao maciço de Baturité (Ceará), definido como sítio principal desse estudo, a metodologia utilizada apoia-se em um tripé : i) reconhecimento detalhado da área de estudo, o que permitiu a caracterização do modelado, do manto de intemperismo e do solo, ii) caracterização analítica dos solos e dos materiais intemperizados no laboratório, necessitando a utilização de técnicas oriundas da pedologia e da geoquímica, e enfim, iii) tratamento e espacialização na forma de SIG, contendo informações recolhidas no campo e no laboratório, com a finalidade de propor un método de síntese morfopedológico aplicável ao estudo de outras serras úmidas do Nordeste brasileiro. Os principais resultados da pesquisa são apresentados na forma de um inventário original das paisagens morfopedológicas do maciço de Baturité e de sua superfície de piso (ou piemont, representado pela depressão Sertaneja) . Os resultados são alocados em uma discussão mais geral sobre as relações entre o clima (ou pedoclima) e o desenvolvimento do modelado, do manto de intemperismo e dos solos, através de comparações geográficas com outras áreas tropicais de embasamento cristalino do mundo (oeste da África, sul da Índia).
Palavras chave: serras úmidas, semi-árido, modelado, intemperismo, solos, pedoclima.

 
 

 
 

 
 

 
 

saga amazonia


sound.gif (401 bytes) Clique para ouvir em Real Player com Vital Farias
Era uma vez na Amazônia a mais bonita floresta
mata verde, céu azul, a mais imensa floresta
no fundo d'água as Iaras, caboclo lendas e mágoas
e os rios puxando as águas

Papagaios, periquitos, cuidavam de suas cores
os peixes singrando os rios, curumins cheios de amores
sorria o jurupari, uirapuru, seu porvir
era: fauna, flora, frutos e flores

Toda mata tem caipora para a mata vigiar
veio caipora de fora para a mata definhar
e trouxe dragão-de-ferro, prá comer muita madeira
e trouxe em estilo gigante, prá acabar com a capoeira

Fizeram logo o projeto sem ninguém testemunhar
prá o dragão cortar madeira e toda mata derrubar:
se a floresta meu amigo, tivesse pé prá andar
eu garanto, meu amigo, com o perigo não tinha ficado lá

O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar
e o fruto que dá no cacho prá gente se alimentar?
depois tem o passarinho, tem o ninho, tem o ar
igarapé, rio abaixo, tem riacho e esse rio que é um mar

Mas o dragão continua a floresta devorar
e quem habita essa mata, prá onde vai se mudar???
corre índio, seringueiro, preguiça, tamanduá
tartaruga: pé ligeiro, corre-corre tribo dos Kamaiura

No lugar que havia mata, hoje há perseguição
grileiro mata posseiro só prá lhe roubar seu chão
castanheiro, seringueiro já viraram até peão
afora os que já morreram como ave-de-arribação
Zé de Nata tá de prova, naquele lugar tem cova
gente enterrada no chão:

Pos mataram índio que matou grileiro que matou posseiro
disse um castanheiro para um seringueiro que um estrangeiro
roubou seu lugar

Foi então que um violeiro chegando na região
ficou tão penalizado que escreveu essa canção
e talvez, desesperado com tanta devastação
pegou a primeira estrada, sem rumo, sem direção
com os olhos cheios de água, sumiu levando essa mágoa
dentro do seu coração

Aqui termina essa história para gente de valor
prá gente que tem memória, muita crença, muito amor
prá defender o que ainda resta, sem rodeio, sem aresta
era uma vez uma floresta na Linha do Equador...